sábado, 29 de janeiro de 2011

Você seria capaz?


Acho que mais uma vez pisei na bola né?!  Tropecei na pequena pedra!!  Mas hoje, mesmo sabendo que eu era quem tinha que esta escrevendo pra mim mesma, sabendo que eu quem devia ser xingada, eu que devia receber instruções do que devo ou não fazer, MAS não vai ser felizmente pra mim...
Hoje pela manhã recebi uma visita de um querido enfermeiro que cuidou de mim no CTI e como ele viu que eu gostava muito de ler me emprestou um livro chamado “A queda” de Albert Camus, ele me mostrou uma passagem que diz assim:
“Sabe, ouvi falar de um homem cujo amigo tinha sido preso e que todas as noites se deitava no chão do seu quarto para não gozar de um conforto do qual havia sido privado aquele que ele amava. Quem meu caro senhor, Quem se deitará no chão por nós? Se eu mesmo seria capaz disso? Escute, gostaria de ser, sê-lo-ei. Sim, seremos todos capazes disso, um dia, e será a salvação. Mas não é fácil, porque a amizade é distraída ou, pelo menos, impotente. O que ela quer, não pode. Talvez, afinal, não o queira o bastante. Não amaremos talvez bastante a vida? Já reparou que só a morte desperta nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos nossos mestres que já não falam mais, a boca cheia de terra! A Homenagem vem, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez tivessem esperado de nós durante a vida inteira. Mais sabe por que somos mais justos e mais generosos com os mortos? A razão é simples! Para com eles já não há obrigações. Deixam-nos livre, podemos dispor do nosso tempo, encaixar a homenagem entre um coquetel e uma doce amante: EM RESUMO, NAS HORAS VAGAS. Se nos impusessem algo, seria a memória, e nós temos memória curta. Não, é o morto recente que nós amamos nos nossos amigos, o morto doloroso, a nossa emoção, enfim, NÓS MESMOS!”
Bom ,o livro é beeeeeem antigo então o modo de escrita dele é mais complicado de entender (caso alguém não entenda, pode me pedir q eu leio ou tento. hehe...).
Você seria capaz de se privar de um conforto porque o seu amigo também não o possui? Seria capaz de abrir mão de um tempinho pra ajudar aquele que diz que ama?
Pergunta difícil de ser respondida nos dias de hoje né? Trabalhamos por conforto, vivemos pra satisfazer o nosso ego e o pior que achamos que somos fortes, que não precisamos de carinho de amor e afeto.
 Às vezes pequenas palavras de carinho que saem da nossa boca já é o suficiente pra fazer o dia de alguém feliz, homenagens para aqueles que já se foram claro que são muito bonitas mais desnecessárias, aqueles que já se foram não precisam ouvir mais nada, já ouviram tudo o que tinham que ouvir, e falaram tudo o que tinham que falar.
Hoje, depois que passei por tudo isso, vejo que a melhor coisa do mundo é ser amada, é ser querida, é ser lembrada nem que seja um único momento, é sair das “horas vagas” das pessoas e ocupar um espaço necessário no dia-a-dia delas, é deixar de me amar um pouco e amar ao próximo como a mim mesma, é tirar as vendas e ver que tem sempre um alguém precisando de atenção,  É ME colocar mais no lugar do outro, é sentir mais o que o outro sente.
Então é isso, ame mais, se doe mais, sinta mais o que o outro sente, porque tem sempre um alguém precisando saber que você o ama!

2 comentários:

  1. que lindo.. lindaaa! Deus te abençoe

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  2. Muito bonito... a única coisa ruim é q nem sempre o que é bonito nos vem de forma alegre, está foi mais uma daquelas vezes que batemos de frente com agente mesmo e nos faz pensar o q realmente estamos fazendo. Preocupando mais com os outros ou olhando mais para nosso umbigo?! Puxadinha de orelha básica, brigado Deus

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